Da redação
A Secretaria de Defesa
Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) emitiu, nesta quinta-feira
(9/2), nota em que refuta informações de “suposto estudo que relacionaria
pragas com potencial capacidade para destruir cafezais capixabas e brasileiros,
caso a importação dos grãos de café seja liberada pelo governo federal”.
Segundo o Mapa, atualmente, estão
aptos a exportar para o país, grãos crus de café, diferentes países, mediante o
cumprimento de requisitos para a mitigação de riscos fitossanitários inerentes
a essas importações pelo país exportador, pelos produtores internacionais, pela
vigilância agropecuária brasileira e pelos importadores nacionais. Tais
requisitos são resultantes de estudos minuciosos de análise de risco de pragas
(ARP) conduzidos de acordo com as normas internacionais, aprovadas e
estabelecidas pelo Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias do tratado da
Organização Mundial do Comércio (SPS/OMC) e pela Convenção Internacional para a
Proteção dos Vegetais, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (CIPV/FAO/ONU) dos quais o Brasil é signatário.
“Todas as importações de grãos
crus de café autorizadas pelo Mapa ou em vias de autorização passam previamente
pelo estudo de ARP. Os produtos só são internalizados no Brasil mediante a
comprovação do atendimento dos requisitos fitossanitários estabelecidos pelas
ARP. Caso haja a constatação de descumprimento de tais requisitos ou a
interceptação de praga quarentenária, o carregamento é destruído ou rechaçado,
podendo a importação daquela origem ser suspensa e os requisitos
fitossanitários revistos”, aponta a nota.
“Diante do exposto, podemos
afirmar que o café importado não representa, absolutamente, ameaça
fitossanitária aos estados produtores de café no Brasil”, afirma o Mapa.
CNA e FAEMG condenam importação
de conilon pelo Brasil
Já nesta sexta-feira (10/2), a
Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), se manifestaram contra a importação
de café conilon. O presidente das Comissões Nacional e Estadual de Café da CNA
e da FAEMG, Breno Mesquita, diz que a importação é uma ameaça fitossanitária
aos cafezais e também aos produtores brasileiros. “A CNA e a FAEMG sempre foram
contrárias à importação de café conilon, em qualquer quantidade, pela
indústria, por entender que o Brasil tem produção suficiente para abastecê-la,
e porque sabemos dos riscos fitossanitários inerentes à importação dos grãos,
para os nossos cafezais”, pontuou Mesquita.
O diretor acredita que existe
risco fitossanitário. “Ao trazermos café de outros países, corremos risco real
de, junto com o grão e também na sacaria, virem pragas e doenças desconhecidas
da cafeicultura brasileira e, até descobrirmos possíveis medidas para
combatê-las, devido à burocracia existente no Brasil, podemos colocar em risco
a nossa cafeicultura, que é uma atividade de grande importância econômica e
social para o país”.