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Apresentação do presidente da SINCAL, Sr. Armando Mattiello, na Audiência Pública “Cenário da Política pública Brasileira para o Café”.

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sexta-feira, 28 de abril de 2017

Artigo: O Café nosso de cada dia.


De maneira lúdica irei ilustrar um pouco sobre o mercado de café interno. Não precisa ser nenhum economista ou gênio da matemática para entender o que chega diariamente e integra, como parte cultural, o café da manhã do brasileiro.

Partiremos da premissa o preço médio da saca de café atual das variedades (arábica e robusta) produzidas em território nacional:

Hoje: 27/04/2017:
Preço (Saca café Arábica tipo 6)        = R$ 450,00
Preço (Saca café Conilon)                  = R$ 380,00
Uma saca de 60 kg, após ser torrado, rende em média 48 kg de café torrado. Utilizaremos, como critério, a soma dos preços da saca de ambas as variedades e dividiremos por dois encontrando assim a media: R$ 450,00 + R$ 380,00 = R$ 415,00 (saca de 60 kg composição do blend de 50% arábica e 50% Conilon).
Dessa forma teremos R$ 415,00 (preço médio) / 48 kg (rendimento da saca torrada) = R$ 8,645 por kg.
1) Custo transporte (fazenda a torrefação) = R$ 0,80 por kg;
2) Custo serviços de torrefação = 1,50 por kg;
3) Custo embalagens = 0,60 por kg;
4) Soma do café preparado=R$ 11,545 por kg;
5) Encargos (12%)= R$ 12,93 por kg;
6) Transporte (Torrefação – Gondola) = R$ 0,50 por kg;
7) Margem de lucro media (mercado venda para varejo) 20%= R$ 16,11;
8) Encargos sobre a venda ao consumidor (media) 9,7% = R$ 17,67

CUSTO FINAL DE VENDA AO CONSUMIDOR (MEDIA) R$ 17,67 por KG DE CAFÉ TORRADO E MOÍDO.

Alerta ao consumidor!!!

Fiquem bem atentos, pois qualquer marca de café, disponível na gondola dos mercados e outros meios de venda no varejo, que praticarem preços inferiores, ao acima citado, certamente conterão impurezas P.V.A.s (preto, verde e ardidos), casca (palha melosa) e materiais inertes, a não ser que exista milagre. A análise acima pode, em seu enquadramento, sofrer variações em 10% para mais ou para menos.

Infelizmente, por motivos culturais, que começam no campo e terminam nas cidades, grande parte dos cafés especiais, produzidos no país são exportados restando, para consumo interno, como na música, só que no plural “Sobrou pra nós o bagaço da laranja” essa é a triste realidade do “café nosso de cada dia” com selo de qualidade e pureza ABIC.

Alfonso Fabio

Produtor Rural, Eng. Agrônomo e Coffemaker

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Proposta de Fundo Soberano de Café é encaminhada ao CDPC

Aos
Membros do
CONSELHO DELIBERATIVO DA POLÍTICA DO CAFÉ – CDPC

Exmo. Sr. BLAIRO BORGES MAGGI, Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA
Sr. EUMAR ROBERTO NOVACKI, Secretário-Executivo do Ministério da Agricultura ,Pecuária e Abastecimento -MAPA
Sr. NERI GELLER, Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura ,Pecuária e Abastecimento -MAPA
Sr. IVANDRÉ MONTIEL DA SILVA – representante do Ministério da Fazenda-MF
Sr. ALEXANDRE GUIDO LOPES PAROLA – representante do Ministério das Relações Exteriores-MRE
Sra. RITA DE CÁSSIA M.T. VIEIRA, representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio-MDIC
Sr. ELDER LINTON ALVES DE ARAÚJO, representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão -MPOG
Sr. CARLOS ALBERTO PAULINO DA COSTA, representante do Conselho Nacional do Café- CNC
Sr. SILAS BRASILEIRO, representante do Conselho Nacional do Café - CNC
Sr. BRENO DE MESQUITA, representante do Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil  - CNA
Sr. JOSÉ SILVANO BIZI, representante do Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil  - CNA
Sr. NELSON F. CARVALHAES, representante do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil  - CECAFÉ
Sr. RICARDO DE SOUSA SILVEIRA, representante da Associação Brasileira da Industria de Café  - ABIC
Sr. PEDRO GUIMARÃES FERNANDES, representante da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS

Assunto Ref.:          I Fórum Mundial de Produtores de Café – Colômbia
                       Política de Estoque Estratégico
                        Política de Preços Mínimos

Senhora e Senhores Conselheiros,

O Conselho Nacional do Café – CNC, em seu último Balanço Semanal de 10 a 13 de abril de 2017 (em anexo), divulgou a realização do I Fórum Mundial de Produtores de Café, em Medellín, na Colômbia, na data de 10 a 12 de julho deste ano, e, também divulgou que no último dia 7 de abril, o CNC recebeu a delegação que representa os cafeicultores da Colômbia, Federación Nacional de Cafeteros – FNC,  para uma reunião técnica e de ajuste de posicionamento entre as duas maiores nações produtoras de café arábica do mundo.
O CNC também divulgou que o Sr. Roberto Vélez, Gerente Geral da Federación Nacional de Cafeteros – FNC destacou que a parceria entre Brasil e Colômbia é fundamental para a produção cafeeira internacional e frisou que, graças aos esforços realizados pelos produtores brasileiros para aumentar a produtividade, atualmente o mundo possui produto suficiente para suprir o abastecimento.
Nesta reunião, os colombianos e os brasileiros detectaram algumas ameaças futuras para o setor cafeeiro mundial, como as mudanças climáticas, a volatilidade de preços, a concentração da indústria e a sucessão familiar.

Um dos temas a ser discutido no I Fórum Mundial de Produtores de Café, é a sustentabilidade econômica dos cafeicultores no mundo, pois de acordo com o Sr. Juan Esteban Ordu, diretor executivo da Federación Nacional de Cafeteros – FNC; as cotações do contrato Coffee "C" Futures, negociado na ICE - Intercontinental Exchange, em Nova York, deveriam estar em torno de US$ 3,50 (três dólares e cinquenta centavos ) por libra peso se fossem corrigidas pela inflação acumulada dos Estados Unidos desde os anos 80.

Porém, embora em muitos países o câmbio desvalorizado contribua para uma melhor remuneração dos cafeicultores na moeda local, os preços diminuíram nas últimas décadas, situando-se, em 2016, no mesmo valor nominal da década de 80 (entre US$ 1,20 e US$ 1,40 por libra-peso).

Também foi citado que dos US$ 173 bilhões de valor agregado na cadeia café até o consumidor final, em média os países produtores recebem apenas US$ 11,3 bilhões.

O Conselho Nacional do Café – CNC informou que coordenará, junto às cooperativas e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, a composição e a participação da delegação do Brasil no Fórum. Os contatos com o Governo Federal já foram iniciados nesse sentido e há a possibilidade que o Presidente Michel Temer compareça ao evento, demonstrando sua preocupação com o setor que mais gera emprego no País, que é a cafeicultura.

A intenção da organização do I Fórum Mundial de Produtores de Café é possibilitar que sejam encontradas as respostas para duas perguntas:

1)   “hoje, a cafeicultura mundial é sustentável sob o ponto de vista do produtor?”
2)   “o que podemos fazer coletivamente para corrigir os problemas que se apresentam?”

Diante destes dois questionamentos, como cidadão brasileiro e no intuito colaborativo, venho apresentar algumas sugestões a fim de contribuir para que o Brasil, líder mundial dos produtores de café, responda com soluções que contribuam para sanar estas duas perguntas do setor cafeeiro mundial.

Inicialmente é necessário informar que as reservas internacionais brasileiras, na data de 13 de Abril de 2017 atingem o expressivo valor de US$ 375,99 bilhões, lembrando que atualmente estão inclusos nestas reservas internacionais um estoque de ouro no montante de US$2,7 bilhões.

Conforme mencionado, as mudanças climáticas é um dos fatores que causam grandes preocupações e ameaças na produção mundial de café, e, frente a qualquer inesperada intempérie climática, é essencial um estoque estratégico de café para dar tranquilidade de suprimento ao mercado mundial, evitando as volatilidades expressivas dos preços.

Como o Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo a maioria de sua produção pelo método de secagem natural, tendo uma bi anualidade expressiva, e também é o 2° (segundo) maior consumidor do mundo, caberá ao Brasil ser o responsável por este estoque estratégico com os propósitos abaixo:

i)             Quando ocorrer qualquer problema climático que impacte na produção mundial de café, haver produto suficiente para abastecer os mercados interno e externo.

ii)            Nas safras de ciclo abundantes do Brasil, retirar do mercado uma parcela de café, visando a manutenção do equilíbrio entre a oferta e demanda de café.

Porém, como o orçamento federal brasileiro não comporta a formação destes estoques de café, sugiro que seja criado o FUNDO SOBERANO DE CAFÉ DO BRASIL – FSCB, vinculado as Reservas Internacionais e administrado pelo Banco Central do Brasil, e, que sejam usados ínfima parte das reservas internacionais, um por cento (1%) no máximo, aproximadamente US$3,75 bilhões, e, estes recursos sejam alocados neste FUNDO SOBERANO DE CAFÉ DO BRASIL – FSCB, para serem usadas na compra de café brasileiro para a formação deste estoque estratégico de ambas as variedades, Conilon e arábico, em armazém alfandegado dentro do território brasileiro, como se de fato exportado fosse o café.

Esta modalidade de compra e estoques não impactará em nossas reservas internacionais, pois ao mesmo tempo que se faz o uso de reservas para a efetiva compra de café, em contrapartida foi gerado uma exportação de café, gerando o mesmo valor para a balança comercial.

Caso haja e necessidade de se fazer alguma política usando OPÇÕES DE VENDA, donde os cafeicultores brasileiros vão comprar esta OPÇÃO, pagando-se um prêmio, estes prêmios serão creditados ao FSBC-Banco Central do Brasil.

As compras destinadas a formação deste estoque estratégico se iniciariam em Maio de 2018, e, se estenderá até Maio de 2022, assim poderemos fazer o estoque regulador com os possíveis  excedentes de produção da colheita brasileira de café, desde que hajam vendedores ao FSCB ; pois no mesmo período haverá uma demanda permanente e mensal próxima de 4,5 milhões de sacas para abastecer o mercado interno e as exportações,  e, esta medida ajudará a mitigar a volatilidade nas cotações, impedindo que os produtores brasileiros vendam seu café a preço vil, atendendo assim o disposto no Decreto n° 4.623, de 21 de Março de 2003, que reproduzo abaixo.

Art. 2º. Ao Conselho Deliberativo da Política do Café - CDPC compete:

IV - regulamentar ações que visam a manutenção do equilíbrio entre a oferta e a demanda do café para exportação e consumo interno;
VI - aprovar políticas de estocagem e de administração dos armazéns de café;

Os preços de compra pelo FSCB, obedecerá os Preços Mínimos estabelecidos pela legislação brasileira, e servirão como suporte de preços aos cafés brasileiros, não permitindo que o fruto do esforço dos cafeicultores seja vilipendiada, pressionando as cotações internacionais.

Nossa Carta Magna, a Constituição Federal, em seu capitulo III, que trata da Política Agrícola, ordena:

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

O Estatuto da Terra, Lei n° 4.504, de 30 de Novembro de 1964, que é a legislação que regula a promoção da Política Agrícola, em seu Capitulo III, Da Assistência e Proteção à Economia Rural, diz:

Art. 73. Dentro das diretrizes fixadas para a política de desenvolvimento rural, com o fim de prestar assistência social, técnica e fomentista e de estimular a produção agropecuária, de forma a que ela atenda não só ao consumo nacional, mas também à possibilidade de obtenção de excedentes exportáveis, serão mobilizados, entre outros, os seguintes meios:

VII - assistência à comercialização;
XII - garantia de preços mínimos à produção agrícola.

Neste mesmo diploma legal, também no Capitulo III, Da Assistência à Comercialização, determina:

Art. 85. A fixação dos preços mínimos, de acordo com a essencialidade dos produtos agropecuários, visando aos mercados interno e externo, deverá ser feita, no mínimo, sessenta dias antes da época do plantio em cada região e reajustados, na época da venda, de acordo com os índices de correção fixados pelo Conselho Nacional de Economia.
 § 1° Para fixação do preço mínimo se tomará por base o custo efetivo da produção, acrescido das despesas de transporte para o mercado mais próximo e da margem de lucro do produtor, que não poderá ser inferior a trinta por cento.
§ 2º As despesas do armazenamento, expurgo, conservação e embalagem dos produtos agrícolas correrão por conta do órgão executor da política de garantia de preços mínimos, não sendo dedutíveis do total a ser pago ao produtor.

Também se encontra dentro de nosso ordenamento jurídico outras legislações que embasam o estoque estratégico e política de preços mínimos, cito o Decreto Lei 79, de 19 de Dezembro de 1966 e a Lei Nº 8.171, de 17 de Janeiro de 1991.

Assim sendo, com a implementação das medidas propostas, estaremos em consonância com ao ordenamento jurídico que rege a Nação Brasileira, pois estaremos praticando na integra a Política de Preços Mínimos estabelecidas pelos nossos legisladores em defesa da cafeicultura nacional.

Desta forma, nos 4 anos da implementação do estoque estratégico pelo FSBC, período de Maio de 2018 até Maio de 2022, outros benefícios para Nação Brasileira ocorrerão, cito os abaixo:

•          Ingressos de no mínimo US$ 8 bilhões na balança comercial brasileira, devido ao maior valor alcançado nas exportações de café do Brasil.
•          Aumento da renda dos cafeicultores brasileiros em no mínimo US$ 12 bilhões, que irão irrigar a atividade econômica nas cidades brasileiras produtoras de café, contribuindo com a melhora da economia brasileira.
•          Geração aproximada de US$ 5 bilhões de impostos para a União Federal, Estados e Municípios, devido à melhora da atividade econômica nas diversas regiões cafeeiras do Brasil.
•          O Fundo Soberano de Café do Brasil, poderá ser o princípio de um modelo de uso de parte das reservas internacionais para solucionar alguns problemas de outros setores agrícolas, tais como Soja, Milho, Citros, Cacau, Cana de Açúcar e etc.
Aplicando estas sugestões de estoque estratégico, o Brasil estará colaborando com o desenvolvimento social dos outros Países Produtores de Café, propiciando que adquiram uma maior renda, mitigando o desequilíbrio social e econômico entre Nações.

Aproveito para registrar a importante observação do Sr. Roberto Velez - "que graças aos esforços que os produtores brasileiros realizaram para aumentar a produtividade, o mundo possui produto suficiente para suprir o abastecimento", assim, temos que alertar ao mundo cafeeiro que os cafeicultores brasileiros não podem ser penalizados ao garantir o abastecimento mundial, sendo que o JUSTO é os cafeicultores brasileiros receberem um prêmio nos preços de seu café em função da garantia de abastecimento mundial.

Sem mais para o presente momento, agradeço a vossa atenção e estou à disposição para maiores esclarecimentos.


Atenciosamente,

 Marco Antônio Jacob
Cafeicultor, Consultor e Corretor



Espírito Santo do Pinhal/SP, 18 de Abril de 2017.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Entrevista de Marco Antônio Jacob - Cafeicultor

Governo poderia fazer estoques de café utilizando pequena parte do fundo de reservas do país.

Conheça proposta polêmica. Café poderia ser utilizado como mais um ativo do colchão de proteção das reservas internacionais. Medida criaria um piso para os preços internos, beneficiando produtor brasileiro.


   

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Café na ICE Futures US fecharam a semana em forte baixa. Carvalhaes

Depois de fechar com boas altas na segunda e terça-feira, os contratos de café na ICE Futures US fecharam ontem e hoje em forte baixa.
Boletim semanal - ano 84 - n° 16
Santos, quinta-feira, 20 de abril de 2017
Depois de fechar com boas altas na segunda e terça-feira, os contratos de café na ICE Futures US fecharam ontem e hoje em forte baixa. Os contratos com vencimento em julho próximo perderam ontem 490 pontos e hoje, quinta-feira (amanhã, “Tiradentes”, é feriado nacional no Brasil) fecharam com 635 pontos de baixa! De segunda a quinta-feira a perda acumulada foi de 695 pontos.
Isso acontece às vésperas da colheita de uma safra de ciclo baixo no Brasil, maior produtor e exportador mundial, que para chegar ao final do atual ano safra 2016/2017 (julho de 2016 a junho de 2017), de ciclo alto, foi obrigado a diminuir o volume de suas exportações e a leiloar o que restava de seus estoques governamentais, zerando pela primeira vez suas reservas públicas de café. Ainda esta semana uma liderança das indústrias brasileiras de torrefação declarou que o abastecimento de café verde para o setor é crítico. O abastecimento é crítico, mas os preços caem.
Os fundamentos do mercado físico de café valem cada vez menos tanto no mercado físico como nas bolsas de futuro, agora comandadas por grandes fundos de investimentos com interesses de curto prazo e seus programas baseados em algoritmos. A revista Isto É Dinheiro (nº 1014 de 13.04 – “O gestor de fundos que elegeu Trump”) traz exemplo do tamanho e poder de um desses fundos, o “Renaissance Fund, que atualmente emprega cerca de 300 PhDs e administra US$ 26 bilhões . Fundos como esse atuam em todos os mercados ao redor do mundo. Fica difícil acreditar em fundamentos e que será possível conseguir preços justos em nossas exportações de café com cotações definidas a partir do que acontece na ICE Futures US.
Não faltam análises e exemplos na imprensa sobre a velocidade com que avançam os softwares com inteligência artificial. A nova era digital com sua capacidade de extrair, processar e analisar uma quantidade inacreditável de informações traz imensos desafiose obrigará o mercado de café a desenvolver novos mecanismos de formação de preço e operação.
O Ministério da Agricultura elevou ontem os preços mínimos do café para o período entre abril de 2017 e março de 2018, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União. O café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, com até 86 defeitos, peneira 13 acima, teve o preço mínimo reajustado para 333,03 reais por saca de 60 quilos na temporada 2017/18, ante 330,24 reais em 2016/17. O café conilon tipo 7, com até 150 defeitos, peneira 13 acima, teve o valor de referência estabelecido em 223,59 reais por saca, ante 208,19 reais na temporada anterior. Os preços mínimos definidos pelo governo servem de referência para programas de apoio aos produtores rurais nos momentos em que há uma forte queda nos valores praticados no mercado. Esses números estão fora da realidade e precisam ser revistos para mais.
Chama a atenção a tímida reação das lideranças da produção. Tanto com as fortes quedas das cotações do café em um período de escassez como com a falta de realidade no reajuste dos preços mínimos do café.
A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.724.857 em 31 de março de 2017. Alta de 279.083 sacas em relação às 6.445.774 sacas existentes em 28 de fevereiro de 2017.
Até dia 19, os embarques de abril estavam em 846.727 sacas de café arábica, 20.063 sacas de café conilon, mais 50.466 sacas de café solúvel, totalizando 917.256 sacas embarcadas, contra 1.037.544 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 19, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 1.350.964 sacas, contra 1.507.045 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 13, quinta-feira, até o fechamento de hoje, quinta-feira, dia 20, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 695 pontos ou US$ 9,19 (R$ 29,01) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 13 a R$ 586,88 por saca, e hoje dia 20, a R$ 560,85 por saca. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 635 pontos.

Escritório Carvalhaes




sexta-feira, 14 de abril de 2017

Funcafé 2017 disponibiliza R$ 4,890 bilhões para cafeicultura

O Banco Central do Brasil publicou, na última sexta-feira (31/3), a Resolução Bacen nº 4.562, que dispõe sobre ajustes nas normas de financiamento com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), informou o Conselho Nacional do Café (CNC).

A principal alteração diz respeito à antecipação do prazo para contratação do capital destinado à linha de financiamento de Custeio. O presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, explica que, após solicitação de nossos associados, em especial do Sistema OCB-Sescoop/ES, e de trabalho realizado pelo Conselho junto ao Governo Federal, foi aprovado o adiantamento para o período entre 1º de julho a 30 de abril. Anteriormente, o prazo era de 1º de outubro a 31 de julho.

Segundo Silas Brasileiro, foram mantidas conversas com os associados e chegou-se ao entendimento que esse novo período de contratação da linha de Custeio possibilitará a obtenção do crédito por produtores de café que necessitam desses valores antes de outubro, facilitando a aquisição, entre outros, de insumos, por exemplo.

O presidente do CNC também recorda que foi realizada alteração nos prazos e limites das linhas de capital de giro do Funcafé para as indústrias de torrefação e de café solúvel, com o objetivo de potencializar a aplicação desses recursos.

O intervalo para contratação foi estabelecido entre 1º de julho e 31 de março e os limites passarão a ser estabelecidos por ano agrícola, o que permitirá que os tomadores possam pegar financiamentos de R$ 40 milhões para o setor de solúvel, R$ 5 milhões para o de torrefação e R$ 50 milhões para as cooperativas de produção, independente do saldo remanescente dos anos anteriores.

Com a definição dos valores pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme a publicação da Resolução Bacen 4.562, o setor cafeeiro contará com R$ 4,890 bilhões do Funcafé na safra 2017, volume recorde para a atividade e 5,6% maior do que o disponibilizado em 2016. O CNC apresentará os valores destinados a cada linha de financiamento em seu próximo balanço semanal, nesta sexta-feira, 7 de abril.