De maneira lúdica
irei ilustrar um pouco sobre o mercado de café interno. Não precisa ser nenhum
economista ou gênio da matemática para entender o que chega diariamente e
integra, como parte cultural, o café da manhã do brasileiro.
Partiremos da
premissa o preço médio da saca de café atual das variedades (arábica e robusta)
produzidas em território nacional:
Hoje: 27/04/2017:
Preço (Saca café Arábica tipo 6) = R$ 450,00
Preço (Saca café Conilon) = R$ 380,00
Uma saca de 60 kg, após ser torrado, rende em
média 48 kg de café torrado. Utilizaremos, como critério, a soma dos preços da
saca de ambas as variedades e dividiremos por dois encontrando assim a media:
R$ 450,00 + R$ 380,00 = R$ 415,00 (saca de 60 kg composição do blend de 50% arábica e 50% Conilon).
Dessa forma teremos R$ 415,00 (preço médio) /
48 kg (rendimento da saca torrada) = R$ 8,645 por kg.
1) Custo transporte (fazenda a torrefação) =
R$ 0,80 por kg;
2) Custo serviços de torrefação = 1,50 por
kg;
3) Custo embalagens = 0,60 por kg;
4) Soma do café preparado=R$ 11,545 por kg;
5) Encargos (12%)= R$ 12,93 por kg;
6) Transporte (Torrefação – Gondola) = R$
0,50 por kg;
7) Margem de lucro media (mercado venda para
varejo) 20%= R$ 16,11;
8) Encargos sobre a venda ao consumidor
(media) 9,7% = R$ 17,67
CUSTO FINAL DE VENDA AO CONSUMIDOR (MEDIA) R$ 17,67 por KG DE CAFÉ TORRADO E MOÍDO.
Alerta ao consumidor!!!
Fiquem bem atentos,
pois qualquer marca de café, disponível na gondola dos mercados e outros meios
de venda no varejo, que praticarem preços inferiores, ao acima citado,
certamente conterão impurezas P.V.A.s (preto, verde e ardidos), casca (palha
melosa) e materiais inertes, a não ser que exista milagre. A análise acima pode,
em seu enquadramento, sofrer variações em 10% para mais ou para menos.
Infelizmente, por
motivos culturais, que começam no campo e terminam nas cidades, grande parte
dos cafés especiais, produzidos no país são exportados restando, para consumo
interno, como na música, só que no plural “Sobrou pra nós o bagaço da laranja”
essa é a triste realidade do “café nosso
de cada dia” com selo de qualidade e pureza ABIC.
Alfonso Fabio
Produtor Rural, Eng. Agrônomo e Coffemaker