O
início do período da colheita do café reforça a geração de empregos no Sul de
Minas. Oportunidade para muitas pessoas que tinham outro tipo de trabalho e que
agora estão desempregadas, conseguirem um serviço na área. Segundo a Fundação
Procafé, só nesta época, a cadeia produtiva gera cerca de 300 mil empregos na
região.
Muita
gente sai até de outras regiões para conseguir uma vaga no Sul de Minas. É o
caso de Santa de Lourdes, que saiu de Jequitinhonha, no Norte do Estado, para
trabalhar na lavoura em Três Pontas (MG). O último serviço dela tinha sido de
empregada doméstica, no ano passado.
"Eu
estava sem nada, ai eu vim pra cá e chegou aqui eu comecei a panhar café e
estou até hoje. Pretendo, enquanto Deus me der vida, ficar na colheita",
disse a trabalhadora rural Santa de Lourdes Freitas.
Mulher
saiu de Jequitinhonha, no Norte do Estado, para trabalhar na lavoura em Três
Pontas (MG) (Foto: Reprodução EPTV/Devanir Gino)
Além
de ser uma chance de voltar ao mercado de trabalho, é uma possibilidade de se
conseguir um bom salário. "Esse mês que vai começar, se trabalhar os 26
dias, eu posso ganhar até R$ 1,5 mil. É bom", disse o trabalhador rural
Marcos Moreira.
Segundo
o gerente de uma fazenda, a mão de obra é essencial para colher os 60 hectares
da lavoura que estão no morro, onde as máquinas não entram. Dos 42 safristas
que foram contratados, 90% estavam sem emprego.
"Diante
da crise vários trabalhadores como empregada doméstica, pedreiro e até do
próprio comércio, como vendedor", contou Lucas Lopes, gerente da fazenda.
Segundo
Fundação Procafé, só nesta época, a cadeia produtiva gera cerca de 300 mil
empregos no Sul de MG (Foto: Reprodução EPTV/Devanir Gino)
O
campo também tem se tornado atraente para muitos que não encontram trabalho na
cidade. Na roça, eles tem também todos os direitos de quem trabalha com
carteira assinada.
"Eles
têm todos os direitos [como] 13º salário, férias, remuneração e, principalmente,
essa questão de salário na época de produção, que tem um salário melhor do que
o salário mínimo", explicou Arnaldo Botrel, presidente do Sindicato dos
produtores Rurais de Varginha (MG).
Longe
das lavouras, a colheita do café também gera emprego. Por onde o café passa,
tem trabalho. Uma cadeia de produção extensa, que necessidade de muita mão de
bora. Só em uma cooperativa, o número de funcionários aumenta em 50% durante a
safra.
Café
também gera emprego na cidade, como em cooperativas, galpões e armazéns no Sul
de MG (Foto: Reprodução EPTV/Devanir Gino)
"A
cafeicultura não empresa só no meio rural. A cafeicultura emprega na cidade
também, emprega nas cooperativas, emprega nos armazéns gerais", disse o
presidente da Cocatrel, Francisco de Figueiredo Filho.
A
maior oferta de emprego é na área de armazenamento e seleção dos grãos. No
último mês, quase dobrou o número de contratações.
"Eu
fiz cursos de classificação e também de operador de empilhadeira, operador de
máquinas para poder ingressar nesse mercado. [Estou gostando] muito, estou me
sentindo realizado e muito feliz com a profissão que agora eu estou
ingressando", relatou Eduardo de Paula Lima, classificador de café.
O período da colheita do
café deve durar até setembro.
Na
região, precipitações ficaram acima de 100 mm. Colheita deverá ser retomada
após três dias de sol. Previsões já indicam chuvas para o próximo final de
semana. Queda nos preços também preocupa os cafeicultores. Saca é negociada, em
média, a R$ 420,00, valor próximo ao custo de produção. Apenas 7% da safra foi
colhida na localidade.
Confira
a entrevista com Gilvan Mendonça Mesquita - Pres. Sindicato Rural de Três Pontas -
MG
O presidente
do sindicato rural de Três Pontas (MG), Gilvan Mendonça Mesquita, destaca que
houve um problema grande a respeito das chuvas para a produção de café arábica
na região, com mais de 100mm.
Com
isso, muito café caiu no chão, diminuindo desde já o volume a ser colhido,
tendo em vista que este também é um ano de bienalidade baixa. Em torno de 20% a
30% do café está nesta situação, com péssima qualidade, trazendo mais prejuízos
para os produtores.
O
café que está no terreiro também recebeu essas chuvas. Por mais que os
produtores realizem aplicações para evitar fungos, o café perde a qualidade da
mesma maneira. A diferença de qualidade na bebida, para a venda, é de em torno
de R$60 a R$70 a saca.
Para
o café de ótima qualidade, os preços estão girando em torno de R$455 na região.
Entretanto, com essas perdas de qualidade, os produtores vendem a saca a R$420,
abaixo do custo de produção.
Muitos
produtores realizaram negócios antecipados. Porém, aqueles que deixaram para
vender agora, estão em uma situação pior, como conta Mesquita. A chuva é um
problema geral, já que todo o Sul de Minas, grande região produtora de café
arábica, foi afetado.
Para
esta semana, as previsões climáticas apontam que as chuvas deverão dar uma
trégua. Mesmo assim, o sindicato pede atenção aos produtores para o clima, já
que a obtenção de uma boa qualidade faz diferença no resultado final da renda
do cafeicultor.
No quadro Conversa Franca
desta segunda-feira (22), o apresentador Otávio Ceschi Júnior conversa com o
colaborador da Associação dos
Cafeicultores do Brasil - SINCAL, Marco Antônio Jacob, que fala sobre a
denúncia contra o Conselho Monetário Nacional por conta de desacordos no
cumprimento de preceitos legais para a fixação do preço mínimo do café, que
atualmente vale R$ 333,00 por saca.
Esses impasses, segundo
Marco Antônio, prejudicam os produtores do grão e causam prejuízos em escala
nacional e internacional.
Como
se não bastasse uma serie de políticas públicas errôneas, adversidades
climáticas, biológicas, legislação trabalhista, ambiental entre outras... que
vem tornando a atividade cafeeira, no Brasil, uma das mais caras do mundo,
deixando milhares de cafeicultores cada vez mais a beira do abismo e do colapso
econômico. Cada dia que passa anda cada vez mais difícil produzir qualquer
coisa neste país: “Ser cafeicultor, produtor rural, neste pais é quase padecer
no inferno”.
As
notícias de ontem, 18/05, infelizmente, são desanimadoras. Devido a uma serie
de incertezas, no cenário político-econômico, o risco país subiu, o dólar subiu
e as bolsas despencaram! E o Café? Mesmo diante da redução de aprox. 11%, na
expectativa da safra 16/17, o café brasileiro caiu na bolsa de New York.
Gráfico do mercado do café na
Bolsa de Nova York nesta 5ª feira - Fonte: Investing.
Nesse cenário de incertezas, o
que nos resta fazer, é aguardar as cenas dos próximos capítulos tomando um
curto café amargo e assistindo esse escarnio político pela TV.
A
reunião desta segunda -feira (15) entre o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e técnicos
da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) para fechar o acordo sobre o pagamento do Funrural não foi conclusiva.
De
acordo com o Deputado Federal Jerônimo Goergen - PP/RS - "foi uma nova e longa reunião com equipe
econômica do governo e alguns pontos colocados na proposta não são possíveis de
serem aceitos".
Nesta
terça-feira (16) durante reunião semanal da FPA o assunto será discutido para
se buscar um consenso sobre o tema até a próxima quarta-feira (17), quando
haverá novo encontro.
O
presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão
(PSDB-MT), afirmou após a reunião que os parlamentares trabalham para que a
cobrança do passivo só seja feita a partir do ano que vem.
“Até
porque a maioria da nossa produção, dos nossos produtores já plantaram, já
colheram e já venderam até lá. Então obviamente não vai ter receita para isso”,
afirmou.
A
FPA entrou na mesa de negociações propondo uma alíquota de 1 por cento para o
imposto novo e que a alíquota para os devedores não fosse superior à atual, de
2,3 por cento.
Leitão
reafirmou que a ideia é que o contribuinte que já arcou com o Funrural nos
últimos anos passe a ter como obrigação o novo imposto, sendo que a Receita
Federal concordou “99,9 por cento” com a alíquota de 1,5 por cento. Aqueles que
não pagaram o tributo, em geral protegidos por liminares, arcarão com alíquota
maior provisória até quitarem seus passivos.
A
questão sobre as dívidas decorrentes do não pagamento do Funrural, após o
Supremo Tribunal Federal (STF) decidir recentemente pela constitucionalidade do
tributo, é uma das preocupações do setor agropecuário, especialmente de
agricultores que se prepararam a próxima safra.
Segundo
Leitão, o perdão de 100 por cento dos juros da dívida já foi acordado no âmbito
das discussões. O desconto para multas, encargos e sucumbência, por outro lado,
não poderá passar de 25 por cento, lembrou ele.
Questionado
se a bancada ruralista vai se comprometer com a aprovação da reforma da
Previdência após a edição da MP, Leitão afirmou que “uma coisa não tem nada a
ver com a outra”, embora particularmente seja a favor da reforma.
Leitão
disse ainda que a MP sobre o assunto “tem que ser” publicada nesta semana.
Para
o deputado Jerônimo Goergen - PP/RS existem algumas pendências como prazo para
adesão , exigência para produtor desistir de ações judiciais e juros contratuais
que precisam ser discutidas. e por
isso, segundo o deputado, a edição da Medida Provisória (MP) regulamentando o
tema foi adiada por conta desses novos itens que foram colocados na mesa de
negociações.
A
primeira discordância, segundo o parlamentar, é em relação ao prazo para a
adesão do programa. Pela proposta do governo, os produtores teriam até o mês de
novembro para aderirem, prazo considerado curto. “O que foi colocado hoje é
diferente do que vínhamos conversando. Entendo que o prazo ideal seria até 31
de dezembro, por conta do grande volume de contratos e pela complexidade do
tema”.
Outra
divergência diz respeito à exigência de pagamento de 5% do passivo em cinco
parcelas, começando já em novembro e se estendendo até março do próximo ano,
sem nenhum desconto, o que não estava previsto nas discussões iniciais. Como
ponto positivo, Jerônimo destacou a possibilidade de ampliar para até 20 anos o
pagamento do passivo.
O deputado
também demonstrou contrariedade com relação à exigência por parte do governo
federal, para que os produtores abram mão das ações que tramitam na Justiça. O
parlamentar disse ainda que não há concordância quanto à cobrança de juros para
a cobrança futura, fixando a Taxa Selic ao invés de TJLP. “Tivemos avanços importantes, mas esses foram
pontos que não concordei e que precisam ser discutidos em nova reunião da FPA.
Entenda
os pontos divergentes da proposta, nesse vídeo publicado pelo deputado Jerônimo
Goergen, nas redes sociais.
- Ficou definido que o
governo vai reduzir alíquota do Funrural para 1,5%.
- Quem deixou de recolher
nos últimos anos pagará 2,3% sendo que 1,5% é a taxa comum a todos os agricultores
e o restante, 0,8%, será o índice utilizado para abater os débitos.
- O produtor terá 15 anos
para quitar esse passivo. Caso ainda haja dívida pendente, terá mais 5 anos
para pagar , podendo dividir o saldo em 60 parcelas fixas.
- Os juros sobre os valores
devidos serão cancelados e haverá uma cobrança de 25% de multas e encargos
legais.
- Falta definir como a
correção monetária será cobrada, se pela taxa Selic, TJPL ou outro índice.
- A nova alíquota só valerá
em 2018.
Pontos de ajustes
- Receita Federal quer que
os produtores deem uma entrada, ainda esse ano, de 5% do passivo, valor que
pode ser dividido em até cinco parcelas fixas. Parlamentares pedem que o produtor possa optar por parcela anual
ou parcelas mensais.
- O prazo para adesão ao
parcelamento do passivo será 30 de agosto. O setor tentou estender a data para
31 de dezembro, mas como a medida provisória tem prazo de 120 dias para ser
aprovada pelo Congresso Nacional, podendo expirar e perder validade caso não
seja votada, esse prazo não pôde ser mais alongado.
FOLHA: Para aprovar reforma,
governo cede em novo programa para devedores.
Em
busca de votos para aprovar a reforma da Previdência, o governo cedeu nas
negociações com o Congresso e concordou em permitir descontos de multas e juros
no novo programa criado para regularização de dívidas de empresas com o fisco.
Batizado
como Programa de Regularização Tributária (PRT), e popularmente conhecido como
novo Refis, o novo plano começou a ser discutido depois que o Congresso alterou
proposta original do governo, incluindo vários benefícios para devedores.
A
equipe econômica é contrária aos descontos e trabalha para reduzir ao mínimo a
perda de arrecadação nas negociações. No limite, aceita descontos de até 25%
nas multas e 25% nos juros sob determinadas condições de pagamento da dívida.
As discussões estavam em andamento nesta segunda (15).
Até
a conclusão desta edição, a expectativa de arrecadação com o novo Refis, que
era de cerca de R$ 8 bilhões com a proposta original do governo, passou para
cerca de R$ 1 bilhão no novo plano.
A
versão proposta pela comissão especial criada pelo Congresso para examinar a
proposta original do governo provocaria uma perda de arrecadação de R$ 23
bilhões.
Com
dificuldade para fechar as contas do governo em meio à lenta recuperação da
economia, a equipe econômica pressionou o presidente Michel Temer a mudar o
plano.
Com
as negociações, o governo estuda dois caminhos. Um deles seria o próprio
Congresso votar uma emenda conciliadora. Outra ideia seria deixar que a medida
provisória com a proposta original do governo perca a validade e enviar nova
medida incluindo as condições negociadas com os parlamentares.
O
texto aprovado na comissão permite o parcelamento das dívidas em até 180 meses
e, dependendo da parcela inicial, garante às empresas devedoras o direito a até
90% de desconto nas suas multas.
A
Folha teve acesso à última versão da nova medida em que estão descritas as
condições do governo. De acordo com elas, o prazo máximo de 120 meses foi
mantido —com as mudanças, esse prazo chegava a 180 meses— mas, em compensação, o
governo permite o desconto de parte das multas e dos juros.
Essa
possibilidade valerá tanto para as dívidas ainda em discussão na Receita
Federal quanto para as pendências inscritas na dívida ativa da União, que são
cobradas pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Os
descontos só valeriam para quem pagar 24% do valor total da dívida até dezembro
deste ano. Sobre o saldo restante seriam concedidos descontos, e o valor final
seria parcelado em 114 vezes.
O
relator do projeto no Congresso, deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG) disse
que o governo acompanhou a tramitação e que, em momento algum, houve queixas.
"Só não tomou conhecimento quem não foi lá [na comissão especial]",
afirmou. "Não pautar isso seria uma tragédia para a economia e para a
recuperação do país. Setores inteiros seriam inviabilizados."
O
governo também negocia benefícios para produtores rurais que tem dívidas com o
Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural).
A SINCAL esteve presente na tarde desta
quinta-feira 11 de maio, em mais uma das importantes regiões produtoras de
café, Ibiraci-MG/Alta Mogiana, onde fomos muito bem recebidos pelo Sindicato
dos Produtores Rurais de Ibiraci, na pessoa de seu presidente o Sr. Anivair T.
Rodrigues e demais diretores
Com o compromisso de transmitir um
pouco sobre a realidade enfrentada por milhares de amigos cafeicultores desta
nação, a reunião foi aberta pelo Sr. Marcos Antônio Pimenta, Diretor da SINCAL,
que deu início as apresentações, abordando temas de ordem político-econômica e
em seguida passando a palavra ao Diretor Presidente Sr. Armando Mattiello o
qual continuou abordando o assunto da mesma ordem e ressaltando, como tema
principal, o planejamento estratégico da SINCAL assim como também, a
importância da união da classe cafeicultora nacional e os inúmeros desafios que
a classe tem pela frente, dentre elas fazer valer uma política de preços
mínimos que respeite o estatuto da terra de 1964.
Aberta a palavra aos presentes o Sr.
José Marcos Chicaroni, exaltou: "Nos cafeicultores deste País, carecemos
de uma entidade como a SINCAL, de cunho representativa da nossa classe".
cumprimentando a todos.
Compareceram no evento lideranças
locais, produtores e o Exmo. Sr. Prefeito Antônio Lindenberg Garcia, o qual se
mostrou um grande entusiasta da atividade cafeeira municipal e apoiador das
políticas que visam o sadio desenvolvimento do setor.
Agradecendo a presença de todos o
Diretor da SINCAL, Sr. Armando Mattiello reafirmou o compromisso que
tem com milhares de cafeicultores do Brasil em promover
politicas e praticas que visam a sadia continuidade dos
cafeicultores na atividade.
O
MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) informou nesta
terça-feira (9), por meio de nota à imprensa, que autorizou a importação de
353,6 t (5.893 sacas de 60 kg) de café Conilon (robusta) do Vietnã. No entanto,
essa produção ainda não chegou ao país. A pasta diz ainda que a atitude foi
tomada depois de não haver interessados em vender o produto nos dois leilões
privados no dia 22 de março.
"Foram
aprovados, até o momento, 4 pedidos de ato concessório de drawback visando a
importação do café verde e posterior exportação do café solúvel. Isso
representa 353,6 toneladas (equivalentes a 5.893 sacas de 60 kg)", diz um
trecho da nota. O Ministério afirma ainda que, "embora as autorizações
para o uso do drawback já estejam acontecendo, ainda não houve importação
efetiva de café verde no Brasil".
Nesse
regime de importação, não há pagamento de tarifas, desde que o produto seja
exportado.
O
MDIC informa também na nota que ficou definido que as empresas de café solúvel
que desejem importação não poderão fazer o pedido em volumes superiores a 500
mil sacas, o que representa menos de 5% da produção nacional, de forma a
complementar a oferta interna. No entanto, o Ministério não informou o período
que as importações podem ser realizadas e nem a alíquota.
A
divulgação do Ministério coloca um ponto final nas discussões sobre o assunto
que duram desde o ano passado e que gerou queda de braço entre o setor
produtivo e a indústria de café solúvel, que alega escassez do produto no país,
o que inviabilizaria suas atividades.
No
fim de fevereiro, o presidente Michel Temer, inclusive, decidiu suspender
provisoriamente a autorização de importação de café robusta (Conilon), inédita
até então na história do Brasil. A medida, que chegou a ter portarias publicadas
pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), foi revista
após parlamentares e produtores de café apresentarem ao governo dados apontando
estoques de café suficientes para abastecer o mercado nacional e que a medida
seria prejudicial a todos.
Acompanhe abaixo texto do colaborador da SINCAL,
o Dr. Marco Antônio Jacob, referente a Portaria 840 do MAPA sobre o preço mínimo
do café, publicada em 11/04/2017.
A SINCAL repudia tal portaria onde os preços
divulgados não compreendem nem mesmo os custos de produção.
“Medo,
Medo, Medo... No centro da sala, diante da mesa, no fundo do prato, comida e
tristeza, a gente se olha, se toca e se cala! Medo, Medo, Medo...”
Afinal,
somos apenas produtores de cafés latinos americanos, endividados nos bancos,
sem parentes importantes, vendendo Commodities baratas pro exterior.
Deixemos
de coisas, cuidemos da vida: “Parafraseando,
in memoriam, nosso querido Belchior, com trechos de suas composições”.
Algumas
informações referentes ao inicio de safra 16/17, que em muitas das regiões produtoras deu
se início de forma precoce, mesmo que não expressivamente, conforme artigo
abaixo:
“Café:
Produtores antecipam colheita da safra 2017/18 no Sul de Minas Gerais
preocupados com custos”:
Colheita do café antecipada da
safra 2017/18 em Juruaia (MG) - Foto: Fernando Barbosa
Em
nota, a reportagem reflete um pouco das aflições vividas por nós cafeicultores
desta república de bananas que outrora já foi do café.
Mais
uma vez, estamos fazendo errado, iniciar uma colheita com índices de maturação
em torno de 20% é um erro drástico, irreparável e que ocasionara reduções
significativas na qualidade e nos preços de comercialização da saca. Em sua
integra, a reportagem, aponta custos diários de mão de obra/dia, na região de
Juruaia-Sul de Minas, variando de R$ 150,00 a R$ 200,00 (obviamente a
remuneração se dá, ao trabalhador rural, em relação ao número de medidas colhidas
por dia, as quais variam em função de inúmeros fatores).
Diante
dos dados, assim expostos no artigo acima, faremos um simples exercício com a
pergunta que não quer calar:
Quanto
representa os custos de mão-de-obra (manual) na colheita sobre uma saca de café no preço
de venda atual?
Algumas
premissas básicas a serem compreendidas:
·8 litros de café em coco = 1kg de café
beneficiado (Média)
·1 Funcionário = 300 litros de café em coco de
capacidade de colheita/ dia (Média)
· (300 litros [M.Obra/capacidade/dia] / 8
litros [fator mediano de conversão rendimento coco para grão beneficiado]) =
37,5 kg (café beneficiado);
*Preço
(media/saca 60 kg/março 17) R$ 415,00 (saca de
60 kg composição do blend de 50% arábica e 50% Conilon).
*
impacto dos custos da mão-de-obra (colheita manual) sobre a composição dos
custos da saca: (R$ 175,00/37,5KG = R$ 4,66 p/kg x 60 kg) R$ 279,60.
GASTOS COM MÃO DE OBRA PARA COLHEITA DA SAFRA
16/17 (SUL DE MINAS/MEDIA/COLHEITA MANUAL), PASMEM, 67,37% DO PREÇO DE VENDA.
** Os valores, referentes a
mão-de-obra, compreendem os custos da diária trabalhada com encargos e demais
emolumentos, em total conformidade com a legislação trabalhista vigente a
categoria.
"Certamente nos chegara a morte ou coisa
parecida, nos arrastando moços sem ter visto a vida”. Assim estamos, a mercê de um milagre ou
coisa parecida “Medo, Medo, Medo...”
A data de hoje, 1 de Maio - Dia do Trabalho,
não poderia ser mais propicia para a abordagem: Agronegócio, mais
especificamente, a cafeicultura em âmbito nacional.
De forma resumida gostaria de expor, abaixo, alguns dados:
O
agronegócio Brasileiro
emprega 19 milhões de pessoas, segundo estudo feito pelo Cepea/ESALQ (Centro de
Estudos de Economia Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
de Piracicaba, SP).
O estudo não contabiliza os agricultores que
produzem para consumo próprio. O setor do agronegócio que mais emprega é o da
agricultura familiar, com 11,5 milhões de trabalhadores.
Os 19 milhões de trabalhadores do agronegócio
representam 20% do total de empregos no país. Calcula-se que o Brasil tem 91
milhões de trabalhadores, incluídos os que têm carteira assinada e os
trabalhadores da economia.
A
representatividade do cultivo do café para o Brasil, sendo o maior produtor e exportador de café
e segundo maior consumidor do produto no mundo, o produto, no Brasil, figura
entre os dez principais setores exportadores, estando na 5ª posição. Segundo o
Balanço Comercial do Agronegócio, em dezembro de 2016, o produto representou
9,8% das exportações brasileiras, movimentando o montante de US$ 600,74 milhões.
O parque cafeeiro está estimado em 2,22
milhões de hectares. São cerca de 287 mil produtores, predominando mini e
pequenos, em aproximadamente 1.900 municípios, que, fazendo parte de
associações e cooperativas, distribuem-se em 15 Estados: Acre, Bahia, Ceará,
Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. Com
dimensões continentais, o país possui uma variedade de climas, relevos,
altitudes e latitudes que permitem a produção de uma ampla gama de tipos e
qualidades de cafés.
Ressalta-se que a cafeicultura brasileira é
uma das mais exigentes do mundo em relação a questões sociais e ambientais,
havendo uma preocupação em garantir a produção de um café sustentável. A
atividade cafeeira é desenvolvida com base em rígidas legislações trabalhistas
e ambientais. São leis que respeitam a biodiversidade e todas as pessoas envolvidas
na cafeicultura e pune rigorosamente qualquer tipo de trabalho escravo e/ou
infantil nas lavouras. As leis brasileiras estão entre as mais rigorosas entre
os países produtores de café.
Atualmente, o café é fonte imprescindível de
receita para centenas de municípios, além de ser o principal gerador de postos
de trabalho na agropecuária nacional. Os expressivos desempenhos da exportação
e do consumo interno de café implicam na sustentabilidade econômica do produtor
e de sua atividade.
Emprego
A
cadeia produtiva de café é responsável pela geração de mais de oito milhões de
empregos no país,
proporcionando renda, acesso à saúde e à educação para os trabalhadores e suas
famílias. Em algumas regiões cafeeiras, programas de inclusão digital capacitam
jovens e adultos, ensinando noções básicas de computação e acesso à Internet.
O Exmo. Ministro, Sr. Blairo Borges Maggi
juntamente com seu secretario, o Sr. Neri Geller, confirmam: Na Câmara, ministro Blairo Maggi afirma que
vai autorizar importação de café robusta do Vietnã.
Na contramão do agronegócio mundial, que vem
engenhando formas mais sustentáveis de produção, valorização e comercialização
de alimentos, a exemplo, o Km zero e outros modelos alternativos de produção
agrícola. O MAPA, por sua vez, considerou a possibilidade de importar café de
um país (Vietnã) que se encontra a aproximadamente 18 mil quilômetros de
distancia. Independentemente do interesses que estavam por trás disso, a meu
ver, pouco patriótico por parte do Ministro e seus secretários. Tal iniciativa
poderia comprometer toda a atividade e seus respectivos índices econômicos e
sociais, podendo até tirar o Brasil da liderança na produção de café. Graças a
SINCAL e outras entidades representativas da classe, que representam verdadeiramente
os interesses dos cafeicultores desta nação, conseguiram, por hora, que o Exmo.
Presidente da republica Michel Temer barrasse as possíveis importações garantindo assim a preservação de milhares de empregos na atividade.
Gostaria de deixar uma salva de palmas a
todos que lutam diariamente contra as adversidades que é produzir nesta pátria,
que para quem trabalha nada gentil mãe és.