Prezados Cafeicultores, encerrou-se o Fórum Mundial de Café na Colômbia e nós da SINCAL, temos os seguintes comentários.
É
geral a opinião de diversos países com relação aos preços praticados
atualmente, que não estão correspondendo à necessidade da cafeicultura mundial.
Todos os países se manifestaram contra essa situação dos preços baixos. Os
custos subiram muito mais do que o preço do café, a desproporcionalidade tornou
praticamente insustentável a produção de café. E isso trará reflexos em relação
à cadeia como um todo.
Também ficou muito claro de que precisa analisar junto com os compradores, com as torrefações, os grandes oligopólios internacionais, um estudo para mostrar que existe uma grande disparidade entre o preço pago ao consumidor, ao produtor e ao cafeicultor, e também aquilo que se angaria em termos de rentabilidade a esses oligopólios.
Também tivemos a oportunidade de conversar com muitos representantes de diversos países e cafeicultores das diversas regiões produtoras de café pelo mundo, e eles demonstraram que o Brasil tem praticado uma política errônea, uma política provocando dumping. Como um país tão importante na produção mundial, praticamente 1/3 da produção cafeeira, tem trazido consequências desagradáveis a outros países em termos de preço? O que ficou muito claro, é que o Brasil não é bem visto como produtor e como protagonista neste mercado.
Foi positiva, de modo geral a nossa participação, colocamos os pontos básicos que o Brasil tem praticado, e que não está a contento para os produtores brasileiros, frisamos que essa sistemática do Brasil tem provocado dumping, e isso tem sido negativo para o mercado mundial. Talvez tenha parecido uma situação um tanto antipatriótica, mas não vemos por esse lado, porque temos que pensar nas futuras gerações e pensar também nos outros cafeicultores de outros países, que são, inclusive, mais pobres que o Brasil.
Que a nossa política tem sido traçada de uma maneira incorreta e que também não se faz necessário a interferência do setor governamental na cafeicultura.
Que as políticas do setor governamental com relação à cafeicultura têm trazido sérias consequências nessa política de dumping. Colocamos de que a fixação de um preço mínimo de R$ 333,03 não cobre o custo em hipótese alguma e que o Brasil não tem cumprido as leis, como o Estatuto da Terra (Lei 4.504), nos seus artigos 73 e 85, onde deveria levar em consideração o custo real que nós temos como base da UFLA/CNA na faixa de R$ 485,00 para o arábica e R$ 332,00 para o robusta. Colocamos estes pontos, e que o governo não tem respeitado esta política e tem feito intervenções totalmente ao contrário e que para nossa opinião a intervenção governamental tem sido extremamente negativa.
Tivemos a oportunidade, também, de acertarmos com alguns países uma troca de intercâmbio para que possamos estar alinhados e colocando as dificuldades que nós temos e os outros países também colocar estas dificuldades conosco.
Armando Mattiello com Dr. José Dauster Setti presidente da OIC
Num contexto geral, o Fórum foi positivo, e as medidas que serão tomadas são medidas que trarão benefícios ao setor produtivo. O custo da mão de obra é extremamente impactante na produção de café, e isso ficou generalizado a nível mundial. Porque nós sabemos com a evolução da economia mundial e a evolução da tecnologia, a mão de obra cafeeira sempre é uma mão de obra talvez mais secundária em termos de tecnologia, e com a evolução mundial isso tem trazido uma escassez de mão de obra e o preço tem aumentado muito, e também os insumos.
Assim num resumo geral, podemos dizer que serão tomadas medidas emergenciais, no sentido de melhorar o preço de café a nível internacional. Logicamente que não podemos ter preços assim tão elevados, mas também não podemos ter preços aviltados tem ocorrido, estão vendendo café a preço vil, trazendo sérias consequências aos cafeicultores e aos trabalhadores rurais. Trata-se de uma cultura extremamente social e que muitos países encaram isso de uma maneira muito enfáticas e percebemos que nas diversas manifestações dos países da américa central, mesmo aqui da Colômbia, dos países africanos, colocaram esse posicionamento, mesmo os países asiáticos, e que pretendem que seja feita uma política coerente.
Ficamos impressionados também com toda organização do fórum, muito bem organizado, e percebemos o tanto que os colombianos são arraigados na política cafeeira, estão muito bem organizados e nós estamos muito aquém desta organização, incrível como os colombianos tratam o assunto do café, também os países da américa central. Portanto, serviu como base para que possamos fazer mais marketing com o café brasileiro, nós precisamos urgentemente colocar o café brasileiro no ranking de um café bem marketeado a nível internacional. Há muito tempo que o Brasil não faz esse marketing.
Portanto, nós estamos saindo deste fórum com um aspecto positivo, porque percebemos o descontentamento e que deverão ser tomadas medidas para essas situações caóticas que tem enfrentado a cafeicultura mundial e principalmente a cafeicultura brasileira. A representação do Brasil, ao meu ver, ficou muito a desejar, principalmente por parte do Poder Executivo mostrando não só o aspecto econômico, mas também o aspecto social. O Brasil não se preocupa tanto com o aspecto social. Sabemos que temos outros negócios dentro do agronegócio que são mais representativos, mas não podemos esquecer da importância social da cultura do café.
Então é isso que eu gostaria de colocar. E deixo como uma mensagem, que foi extremamente positiva a nossa participação e nós colocamos pontos evidenciando essas nossas situações no Brasil.
Armando Mattiello
Presidente da SINCAL
Associação dos Cafeicultores do Brasil