Para
José Sette, diretor executivo da OIC (Organização Internacional do Café),
cafeicultores ao redor do mundo têm ganhado tão pouco com a produção de café
que, muito provavelmente, poderão abandonar suas lavouras colocando em risco o
abastecimento futuro em um momento de demanda crescente no mercado. A
declaração do executivo foi feita à agência de notícias Reuters em Conselho
Internacional na Costa do Marfim.
"Se
os agricultores não são bem remunerados e incentivados a plantar café, então,
em algum momento do futuro, podemos ter dificuldades em obter a quantidade de
café que precisamos, porque a demanda está crescendo de forma constante",
disse Sette.
De
acordo com o executivo os baixos ganhos dos envolvidos do setor têm reduzido a
oferta do grão no mercado. Enquanto que a demanda cresce cerca de 2% ao ano com
aumento importante no consumo dos mercados emergentes. "Nós não temos a
mesma confiança de que teremos oferta para continuar", disse. "Então
os produtores precisam estar convencidos de que vale a pena sua
paciência", pondera Sette levando em conta que são necessários
investimentos de longo prazo na produção do grão.
O
Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodities do mundo, estimou
no mês passado um déficit global de café em 2017/2018 de 6,1 milhões de sacas
em meio ao aumento da demanda, e os sinais de estreitamento da oferta são
evidentes no Brasil, que é o maior produtor de café do mundo, e onde os
estoques caíram acentuadamente.
"Muitas
vezes, especialmente nos países consumidores, há uma grande ênfase em...
sustentabilidade ambiental... mas não há ênfase correspondente na
sustentabilidade econômica", disse o executivo da OIC.
Com
informações da agência de notícias Reuters.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas /
Peabirus